Comer por estresse é uma realidade nos dias atuais. Ou seja, comer sem sentir fome… Ao menos, não aquela sensação de um vazio no estômago. Portanto, é uma fome diferente da fisiológica já que é uma fome repentina, urgente e muito intensa.
Ah! E tem mais um detalhe importante: só passa se comer uma coisa boa.
Entenda melhor esta fome louca que está relacionada ao hormônio do estresse, o Cortisol, e evite o ganho de peso .
Estresse é a resposta do organismo a qualquer exigência, seja ela causada ou resulte em situações agradáveis ou desagradáveis.
Dr. Hans Selye, médico endocrinologista, um dos pioneiro do estudo do estresse
Hormônio do estresse, comer por estresse, estresse engorda… Afinal, o que é estresse?
Estresse é um processo através do qual um indivíduo percebe e responde a eventos que ele considera excessivos ou ameaçadores ao seu bem-estar.
Dessa maneira, o organismo reagiria a essas mudanças com reações físicas e emocionais.
O estresse faz parte da vida normal. Portanto, o fator estressante pode vir do ambiente em que você vive, do seu físico ou do seu emocional.
Mesmo coisas positivas, como o nascimento de um filho, podem gerar estresse.
Entretanto, ele passa a ser negativo quando uma pessoa tiver que enfrentar desafios contínuos. Ou seja, uma situação de estresse atrás da outra, não permitindo que ela se recupere.
Estresse Agudo x Estresse Crônico
O organismo humano possui uma resposta de estresse integrada. Esta reação envolve a liberação de substâncias na corrente sanguínea, através de terminações nervosas e, até, de hormônio do estresse.
Desse modo, a orquestração perfeita deste sistema, desenvolvida ao longo da evolução humana, vai provocar rápidas modificações fisiológicas. Ou seja, vai preparar o organismo para se defender das ameaças.
Esta resposta ao agente estressor, também conhecida como “resposta para lutar ou fugir”.
Entretanto, em função da grande energia dispendida neste processo, quanto antes terminar, melhor será.
Assim, se a resposta ao estresse tiver que ser mantida por muito tempo, vai provocar grande desgaste ao organismo.
Quando isso acontece, a pessoa se sente sobrecarregada e a tensão relacionada ao estresse aumenta.
* Estresse Agudo *
Quando uma pessoa localiza uma ameaça, seu sistema nervoso envia mensagens para as glândulas suprarrenais liberarem o hormônio adrenalina.
A partir deste momento, todo um sistema de sobrevivência é ativado.
Adrenalina e a resposta de “lutar ou fugir”
“Que vontade de avançar!”
Estresse agudo ou TPM?
A adrenalina, então, vai desencadear a resposta aguda do organismo que é chamada de resposta de lutar ou fugir (fight or flight). Assim, o corpo entra num estado fisiológico acelerado, focado em reagir agressivamente ao perigo.
Este tipo de resposta é tão intenso que, tudo o que não é essencial ao processo, é colocado no modo de espera. Ou seja, é temporariamente desligado. Eu disse, temporariamente!!!
“Não comer” por estresse agudo
Exemplo disso é a ausência total da fome e do interesse na comida. Dá pra acreditar? Não ter fome!
Desse modo, no curto prazo, o fato de não comer por estresse pode fazer emagrecer.
* Estresse Crônico *
“Não aguento mais! Quando é que tudo isto vai acabar?“
Mas, se o estresse persistir, é uma história diferente. Isso porque o organismo vai entrar num outro estágio de resposta de estresse que é a crônica.
Aí, as glândulas supra-renais vão liberar na corrente sanguínea cortisol, o hormônio do estresse.
Cortisol, hormônio do estresse
O cortisol atua na resistência física e psíquica ao estresse, aumentando a motivação em geral e, até, a vontade de comer.
Depois que uma situação estressante termina, os níveis de cortisol começam a cair. Entretanto, se a ameaça continuar, o estresse não vai desaparecer e o cortisol vai continuar elevado.
Seria como se o botão da resposta ao estresse do organismo ficasse sempre na posição “ligado”.
Comer por estresse
O hormônio do estresse estimula a vontade de comer. Isto é, do nada, surge uma vontade incontrolável de comer…
Desse modo, a sobrecarga sofrida pelo organismo, seja do ponto de vista emocional ou físico, estaria relacionada a uma necessidade aumentada de comer. Entretanto , não é qualquer comida que vai saciar o “comer por estresse”.
Nesta fase, o organismo parece pedir a ingestão de alimentos mais calóricos. Assim, os níveis aumentados de cortisol, em combinação com altos níveis de insulina, seriam os responsáveis.
Pesquisadores associaram o ganho de peso ao comer por estresse.
Fome de carboidratos no “comer por estresse”
O estresse crônico parece afetar as preferências alimentares.
Indivíduos submetidos a ele têm uma tendência enorme de buscar alimentos refinados, altamente calóricos e ricos em açúcar para saciar este tipo de fome.
Uma vez ingeridos, estes alimentos açucarados parecem ter o efeito de amenizar as reações e emoções relacionadas ao estresse.
Esses alimentos realmente são alimentos de “conforto”, pois ajudam a neutralizar a angústia.
Ou seja, a sensação de bem-estar é tão grande, após sua ingestão, que muitas pessoas podem se tornar compulsivas.
Então, o estresse engorda?
Obviamente, comer demais não é o único comportamento relacionado ao estresse que pode adicionar quilos.
Pessoas estressadas também perdem o sono, se exercitam menos e bebem mais álcool, o que pode contribuir para o excesso de peso.
Estresse engorda com diferenças entre homens e mulheres
Algumas pesquisas sugerem uma diferença de gênero no comportamento de lidar com o estresse, sendo mais provável que as mulheres se voltem para comida e, os homens, para álcool ou fumo.
Sob estresse, mulheres preferem doces enquanto os homens optam por álcool e cigarro.
Estudo finlandês, mostrou que a obesidade estava associada ao comer por estresse nas mulheres. A pesquisa incluiu mais de 5.000 pessoas.
Estresse engorda especialmente aos mais sensíveis
A quantidade de cortisol que as pessoas produzem em resposta ao estresse também pode ser um fator na equação estresse-ganho de peso.
Estudo britânico mostrou que algumas pessoas apresentavam níveis elevados de cortisol, no sangue, quando submetidas a situações estressantes. Por outro lado, também encontraram pessoas com cortisol diminuído.
As pessoas com cortisol elevado eram muito mais propensas a fazer um lanche, em resposta a aborrecimentos diários, do que os que responderam com baixos níveis de cortisol.
Como amenizar o comer por estresse
Quando o estresse se torna crônico, certamente, vai afetar o apetite e a cintura do indivíduo… Portanto, é apenas uma questão de tempo…
Comer por estresse gera problemas com a balança.
Assim, como evitar o ganho de peso? Uma maneira de prevenir o acúmulo dos quilos de gordura é, simplesmente, não ter em casa alimentos desse tipo.
Ou seja, se a gente tiver estocado um monte de guloseimas, quando o estresse apertar, vamos consumir tudo, tudo…
Se tem, a gente come!!!
É impossível resistir pois os comandos dos hormônios do estresse são muito intensos…
Assim, se você estiver passando por uma fase de estresse, não compre doces, sorvetes nem chocolates. Não entulhe de comida os armários da cozinha e o freezer.
Não se iluda! Manter esses alimentos à mão é um convite a problemas… Ao menos, a problemas com a balança.