Sentimento feminino associado à menopausa sempre foi muito negativo, ligado a perdas, desvalia e, principalmente, ao envelhecimento. Desta forma, mesmo em nossos dias, as mulheres optariam por vivenciar esta fase da vida da maneira mais discreta possível. Porém, em pleno século XXI, este tema tão importante para a mulher precisa ser revisitado e modernizado.
Por que a menopausa precisa ser ‘modernizada’?
Menopausa
A menopausa “materializaria” o final da vida reprodutiva da mulher. Em outras palavras, a Menopausa (última menstruação da vida da mulher) mostraria que a capacidade de gerar filhos que a mulher possuía não existe mais. A partir deste ‘marco’, ela não poderá mais ter filhos.
Historicamente, o poder das mulheres esteve associado à capacidade de gerar filhos.
Desde os primórdios da civilização, a figura feminina sempre esteve relacionada à fecundidade que, em função do desconhecimento, era considerado um dom divino.
Assim sendo, o poder feminino decorreria de sua capacidade de gerar uma prole, perpetuando a espécie.
O poder feminino era exercido através dos filhos.
Nesse sentido, ao longo da evolução, o homem havia sido ‘programado’ a buscar, em suas parceiras, características físicas associadas a genes superiores.
Ou seja, traços físicos femininos [de beleza] que atrairiam o olhar do homem seriam pistas de uma genética de qualidade.
Assim sendo, a perda desta capacidade estaria diretamente associada à diminuição do valor da mulher diante da sociedade, um grande golpe em sua autoestima.
Poderiam os anticoncepcionais orais vir a influenciar o sentimento feminino associado à menopausa?
Pensamento Neomalthusiano dá origem à ideia do controle da natalidade.
Desde os anos de 1950, no mundo inteiro, vinha se espalhando e, progressivamente, ganhando força, a ideia do controle da natalidade, originada a partir de ideias dos Neomalthusianos.
De acordo com os Neomalthusianos, o rápido crescimento da população poderia ser um entrave ao desenvolvimento das nações.
Isto ocorreria pois grande parte dos recursos econômicos acabaria sendo destinado ao sustento das populações jovens, em detrimento de investimentos produtivos.
Desse modo, os países mais pobres estariam aprisionados a um círculo vicioso, onde as altas taxas de natalidade inviabilizariam o desenvolvimento, o que, por sua vez, prejudicaria a educação da população.
Anticoncepcionais orais chegam ao Brasil
É neste clima que, em 1962, chegam ao Brasil, os primeiros ACOs – anticoncepcionais orais. Em função disto, as mulheres teriam a oportunidade planejar o número de filhos.
Assim sendo, em pouco tempo, as brasileiras adeririam ao seu uso apesar dos inúmeros efeitos colaterais causados por esta primeira geração de ACOs.
Nas décadas que se seguiram, à medida que hormônios de melhor qualidade eram desenvolvidos, as mulheres passariam a usar os ACOs cada vez mais jovens e por maior número de anos.
Redução da taxa de natalidade indica que o sentimento feminino associado à menopausa deveria mudar
Desde o ano 2.000, o número de nascimentos diminuiu vertiginosamente, quase que igualando a taxa de natalidade de algumas regiões do Brasil a níveis europeus.
A grande redução no número de filhos parece indicar o início de uma mudança da mentalidade feminina.
Ou seja, poderia sugerir que possivelmente as mulheres não estariam mais atrelando seu valor quase que, unicamente, à concepção, como foi em outras épocas.
Desse modo, poderíamos imaginar que, possivelmente, as mulheres estariam mudando sua maneira de pensar e “diversificando” suas aspirações …
Onde está a nova mulher +50?
Por outro lado, mesmo em nossos dias, onde presenciamos uma verdadeira “invasão” feminina ao mercado de trabalho, ainda se conseguiria perceber um sentimento de desvalorização associado à menopausa.
Isto é, apesar da rápida ascensão feminina a cargos elevados no setor comercial, bem como em como medicina, direito e engenharia, típicos redutos masculinos, a maior parte das mulheres ainda não teria conseguido perceber seu real valor profissional. No mesmo sentido, não teria total consciência da grande importância que faria sua contribuição laboral para a renda familiar.
Uma Magnânima exercendo um de seus inúmeros papeis: o de avó.
Sentimento feminino associado à menopausa continua muito negativo
No sentido oposto, uma explicação possibilidade para a presença destes sentimentos conflitantes, seria a associação à incapacidade de gerar filhos, a partir menopausa, à diminuição da juventude. Assim sendo, o medo da perda da feminilidade e da beleza, bem como da maior chance de adoecer, provavelmente, começariam a abalar a autoestima das mulheres nesta fase da vida.
Provas de que a juventude estaria sendo perdida, poderiam ser associadas ao aumento do abdômen, às gordurinhas nas costas e ao bumbum mais caído, bem como aos lapsos de memória, à fadiga e à diminuição da libido…
Pode parecer chocante e deprimente mas, mesmo nos dias atuais, o sentimento feminino associado à menopausa é totalmente negativo, vinculado a sentimentos de desvalia e baixa autoestima.
O sentimento feminino associado à menopausa precisa ser modernizado
Num mundo em constante evolução, tudo precisa ser revisto e atualizado, inclusive, a Menopausa!
Na menopausa modernizada, as mulheres iniciarão uma nova etapa de vida, repleta de novos desafios , é verdade, mas plena de realizações. Além do mais, não podemos esquecer que a medicina e os tratamentos para disfunções da menopausa também evoluíram em função dos estudos realizados. Converse com o seu médico sobre os tratamentos de reposição hormonal e se eles seriam indicados para você .
Bem-vinda à menopausa moderna!
Você é a nova mulher +50! Você é Magnânima !!!