Puberdade e perimenopausa são os extremos do ciclo da vida reprodutiva da mulher. A reprodução humana será o foco do desenvolvimento do organismo feminino. Assim, ao nascer, a menina já está geneticamente programada para uma jornada de vida focada na reprodução.
Da puberdade à perimenopausa
Desse modo, a primeira grande transição hormonal será a da puberdade e a última, a perimenopausa, que iniciaria a transição da menopausa. Essas duas fases ocorrerão através de um intrincado processo hormonal, envolvendo os hormônios ovarianos e o eixo neuro-hipófise-ovários. Ou seja, haverá a transformação de uma estrutura sexualmente imatura em uma estrutura sexualmente madura e apta a reproduzir. Portanto, a transformação de uma menina em uma mulher.
Ciclo da vida reprodutiva da mulher
Nesse sentindo, a fase de aptidão reprodutiva é, também, o período de maior potencial e capacidade daquele organismo e vai persistir por 2 a 3 décadas.
Entretanto, após anos de estabilidade, uma nova fase de transição vai ser iniciada. Ou seja, no sentido contrário àquele inicial, com o desmantelamento desta complexa estrutura. Consequentemente, isto vai levar à perda da capacidade reprodutiva e a uma potencialização do processo de envelhecimento.
Puberdade e perimenopausa: períodos de complexas transformações
Os extremos da vida reprodutiva da mulher envolvem grandes mudanças no sistema neurológico e endocrinológico da mulher.
Estas transformações estão associadas, principalmente, à reorganização de dois grandes sistemas do organismo. Ou seja,
- o sistema neurológico [funcionamento e ações do sistema nervoso]
- o sistema endocrinológico [funcionamento e ações dos hormônios]
Estes sistemas constituem eixos neuroendócrinos de alta complexidade:
- Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal
- Eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal
Fases de Transição Hormonal: puberdade e perimenopausa
As duas fases de transição hormonal mais significativas são a puberdade e a menopausa. Caracterizadas por intensas mudanças fisiológicas, elas demarcam o início [menarca] e o final do ciclo reprodutivo humano.
Início do ciclo da vida reprodutiva da mulher-Puberdade
O que é Transição da Puberdade?
Fase de transformação de
uma estrutura sexualmente imatura [menina]
em uma estrutura sexualmente madura [mulher]
e apta a reproduzir [gerar filhos].
Adrenarca e gonadarca são processos que compõem o início do ciclo da vida reprodutiva da mulher.
Puberdade se inicia ao final da infância, através de uma sequência de eventos neuroendócrinos que resultam no rápido crescimento físico, na maturação sexual e no desenvolvimento da capacidade reprodutiva.
O desenvolvimento da puberdade ocorre em função de dois processos independentes [Adrenarca e Gonadarca] que acontecem associados e paralelamente.
Adrenarca – a reativação da produção de andrógenos pelas glândulas adrenais (entre os 6 e 8 anos), através do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal.
Gonadarca – a reativação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal vai ocorrer poucos anos depois. A Menarca ocorre no final da puberdade em torno dos 12 a 13 anos.
Perimenopausa: final do ciclo da vida reprodutiva da mulher.
O que é a Perimenopausa?
Fase de involução de um organismo sexualmente maduro [no seu auge], em um organismo envelhecido sem potencial reprodutivo.
A Perimenopausa é definida como o período imediatamente anterior à Menopausa, onde a capacidade reprodutiva da mulher começa a ser desmantelada, levando a um estado de infertilidade.
Ou seja, a Perimenopausa culmina com a Menopausa. Ou seja, quando a menstruação cessado por um período de, pelo menos, 12 meses consecutivos.
As mulheres geralmente começam esta transição a partir da metade da sua quarta década de vida. Ou seja, após os 40-45 anos. Por outro lado, a duração desta etapa pode variar muito de mulher para mulher, podendo se estender por 5 a 10 anos, até que a Menopausa, a última menstruação, ocorra.
O sistema neuroendócrino coordena todas estas importantes alterações hormonais que ocorrem no eixo HPG durante a Puberdade e Perimenopausa. Nesse sentido, do ponto de vista hormonal, ambos os períodos são caracterizados por grandes mudanças na produção de LH e do FSH. Assim, que estes dois hormônios juntos regulariam o crescimento dos folículos ovarianos e a ovulação, e o Estradiol, a forma mais abundante de estrógeno endógeno.