Será mesmo que casar engorda? Talvez, agora, esta questão encontre uma resposta, já que um grupo de pesquisadores começou a associar os níveis de estresse, na hora das refeições, ao peso corporal.
O casamento tem sido apontado como o responsável pelo aumento de peso adquirido ao longo dos anos. Quem já não ouviu ou, mesmo, fez comentários do tipo:
Casar engorda?
Apesar de tantas acusações e, até, das suspeitas acumuladas, não havia, ainda, provas reais de que o casamento fosse o responsável pelo aumento de peso alegado, principalmente, pelos casados.
Alguém pode provar que o casamento faz engordar?
Mas, os cientistas começaram a encontrar!
Movidos por esta dúvida e motivados pelos resultados de pesquisas anteriores que associavam níveis elevados de estresse ao desenvolvimento de Diabete e pressão alta, um grupo de médicos resolveu abraçar a questão.
Assim, a equipe resolveu estudar 43 casais, com idades entre 24 e 61 anos, para avaliar o impacto do estresse sobre o metabolismo após as refeições .Foi no Institute for Behavioral Medicine Research, em Columbus, Ohio, nos Estados Unidos, que os casais foram avaliados.
Casamentos onde as refeições costumam ocorrer em meio a discussões predispõem as mulheres à obesidade.
Começaram por estudar o comportamento dos casais às refeições e, logo, verificaram que fazer as refeições com o cônjuge fazia parte da rotina do casamento. Desse modo, observaram que o casal, principalmente as mulheres, tendiam a ficar quase que 18 horas do dia em um estado metabólico pós-prandial [após ingerir alimentos].
O estudo foi realizado no Institute for Behavioral Medicine Research, em Columbus, Ohio, nos Estados Unidos,. Dessa forma, puderam ser avaliados sem interferências externas durante 48 horas. Nesse sentido, os participantes foram submetidos a situações emocionais que acabassem por resultar em discussões, enquanto o casal se alimentava. Desse modo, os pesquisadores pretendiam desencadear comportamentos agressivos que liberariam hormônios, neurotransmissores e outros na corrente sanguínea dos participantes. Assim, foi possível monitorar o que acontecia, do ponto de vista metabólico, com exames laboratoriais e clínicos, antes e após as refeições, por várias horas.
Exames avaliariam o por que de casar engordar!
Foram analisados:
- o gasto calórico em repouso, também chamado de metabolismo basal
- a oxidação da gordura
- a oxidação de carboidratos
- os níveis de insulina
- glicose,
- triglicerídeos
- substância pró-inflamatória IL-6 (Interleucina-6). É uma substância pró-inflamatória que está implicada numa grande variedade de doenças inflamatórias.
- substância pró-inflamatória TNF-alfa (Tumour Necrosis Factor alpha). É uma substância inflamatória produzida pelos macrófagos durante um processo inflamatório agudo.
A ideia de que “casar engorda” pode estar amparada no metabolismo basal
Casais que haviam apresentado um comportamento mais hostil durante as refeições tiveram diminuição do gasto energético em repouso, níveis de insulina mais elevada e triglicerídeos aumentados.
Uma discussão que se inicia durante a refeição pode bloquear a queima de 128 calorias/dia.
Casais que apresentaram os maiores índices de hostilidade também apresentaram níveis de TNF-alfa mais elevados.
Participantes que haviam referido algum histórico de problemas emocionais apresentaram níveis de glicose e IL-6 aumentados.
Em conclusão, os pesquisadores verificaram que, em média, 128 calorias deixariam de ser queimadas em função do estresse a cada dia. Ou seja, constataram que o estresse diminuiria o metabolismo basal dos cônjuges, o que resultaria no acúmulo de energia. Posteriormente, essa energia acumulada seria transformada em gordura corporal.
Casar poderia engordar mais de 3 quilos/ano
Em média, as mulheres poderiam aumentar 3,4 kg a cada ano de casamento.
Comparando casais que haviam apresentado comportamento agressivo mais hostil com os que tinham comportamento menos hostil, verificaram que os indivíduos envolvidos em discussões mais dramáticas gastavam em torno de 128 calorias/ dia a menos, correspondendo a 3,45 kg/ano.
Estresse conjugal crônico em indivíduos com ansiedade, aumentaria o risco para obesidade, DM e DCV.