Muito antes do salto Stiletto, nos primórdios da civilização, sapatos de plataforma ou saltos já eram associados à nobreza, à riqueza e ao poder. Assim, homens e mulheres das altas esferas da sociedade, nos diferentes períodos da história, usaram e abusaram dos sapatos. Entretanto, não usavam os calçados apenas para proteção dos pés, mas, principalmente, para se diferenciarem dos demais.
Salto alto sempre foi associado com nobreza, riqueza e poder.
Luis XIV, o monarca francês, mais conhecido pelas extravagâncias do que pelo brilhantismo de seu governo, por exemplo, usava sapatos de salto como símbolo de sua autoridade. Foi ele o responsável pela criação dos saltos com solado vermelho, para seu uso exclusivo.
Séculos mais tarde, os solados vermelhos que simbolizavam nobreza seriam imitados pelo famoso designer de sapatos Charles Louboutin, tornando-se sua marca.
Saltos passam a ser associados à moda a partir do século XVIII.
Foi, apenas, após o século XVIII, que os saltos passaram a ser associados à moda, a futilidades e outros valores femininos. Consequentemente, deixaram de ser usados pelos homens.
A partir de então, os sapatos de salto seriam usados, exclusivamente, pelas mulheres, como parte do vestuário e da identidade feminina.
Solicitação especial das mulheres aos sapateiros da época: saltos altos mais altos .
Acredita-se que, uma das primeiras solicitações feitas aos sapateiros da época tenha sido o aumento da altura das plataformas e dos saltos.
No passado, a altura de um indivíduo era considerada um atributo de poder no imaginário popular. Entretanto, por sua natureza, as mulheres sempre foram mais baixas que os homens. Assim, os saltos altos poderiam se transformar numa oportunidade para aumentar a estatura feminina e, consequentemente, seu poder.
Desse modo, a altura dos sapatos começou a disparar, mas, apenas, a dos sapatos com plataforma.
A altura dos sapatos de salto permaneceria comedida em função da tecnologia da época, que tinha dificuldades de desenvolver saltos de qualidade e resistência apenas com madeira.
Sapatos de plataforma e saltos em bloco já eram usados na Grécia Antiga, mas o salto alto que nós conhecemos, o salto agulha, é uma invenção moderna, mais precisamente, do século 20.
A II Guerra Mundial pode ter colaborado com o desenvolvimento dos saltos altos usados atualmente.
Foi somente a partir dos anos 1950, com a descoberta de materiais especiais, desenvolvidos para a construção de aeronaves da II Guerra Mundial, que novos modelos de salto alto puderam ser desenvolvidos. Desse modo, foi o uso combinado de alumínio e plástico que permitiu afinar a largura e aumentar a altura dos saltos. Sendo assim, o desafio havia sido encontrar um modo de dar suporte ao arco do pé e diminuir a pressão sobre os dedos e o calcanhar.
A partir disto, desenvolveu-se, então, a aparência de agulha ou estilete, justificando o nome escolhido para batizá-lo: Stiletto.
Surgia o salto Stiletto também chamado de salto agulha
O crédito pela invenção do Salto Stiletto acabou sendo dividido entre os famosos estilistas de calçados da época: Salvatore Ferragamo, Roger Vivier e André Perugia. Entretanto, a grande responsável pela divulgação dos sapatos com salto Stiletto, nos anos 50, foi Marilyn Monroe.
Salvatore Ferragamo, Roger Vivier e André Perugia: os pais do Salto Stiletto, também chamado de Salto Agulha.
Ferragamo, o designer nascido na Itália e radicado nos Estados Unidos, apresentou seus sapatos com salto stiletto de 10 cm para Marilyn Monroe. Assim sendo, em segundos, Marilyn havia se apaixonado pelos Stilettos. Deste encontro resultaria a encomenda de vários pares de sapatos com salto Stiletto, bem como o famoso andar sensual de Marilyn Monroe.
Marilyn nunca mais deixaria de usá-los.
Já no final dos anos 50, os stilettos se tornariam os preferidos das mulheres.