Na batalha contra as rugas e a perda dos contornos faciais, surge um novo fator complicador: o crescimento dos ossos da face.
A aparência de “caída” que nós, mulheres, detestamos quando nos olhamos no espelho, pode vir a ser esclarecida em breve.
Esclarecendo termos
O que é Contorno Facial?
Os limites do rosto são bem definidos na juventude. A pele e os tecidos moles [logo abaixo da pele e aderidos à pele] estão posicionados sobre os ossos, acompanhando o formato dos ossos.
Observação: existem técnicas de maquiagem que simulam estes contornos e, assim, favorecem a aparência jovem.
O que é Perda do Contorno Facial?
À medida que o tempo passa, o rosto vai perdendo aquela nitidez dos traços da juventude, como se suas estruturas fossem derretendo ou como se estivessem se ‘desprendendo’ dos ossos. As bochechas [as maçãs do rosto] parecem perder volume… A testa vai escorregando… O nariz vai ‘descendo’ e ficando mais comprido… A papadinha começa a aparecer…. Etc, etc, etc… .
Sendo mais direta: sabe aquela ‘selfie’ tirada meio de lado, com o celular focando mais de baixo?
Aquele “ângulo” que faz a gente pensar que o tempo está passando?
Se você não sabe do que eu estou falando, acredito que seus contornos faciais estejam bem definidos. Tudo firme e no lugar.
Porém, se logo identificou “o ângulo” que estou descrevendo… Sinto dizer, mas você já deve estar com queda do contorno facial.
Olhe, calmamente, a imagem, abaixo, e procure identificar as principais ‘quedas’ faciais.
A força gravitacional da Terra não seria a única culpada pela “queda” dos tecidos da face.
Enquanto a maioria acreditava que a força gravitacional da Terra seria a principal culpada pela ‘queda’ dos tecidos da face, os pesquisadores da Duke University Medical Center descobriram que modificações nos ossos da face poderiam, também, ter uma parcela da culpa.
Os especialistas analisaram os exames de tomografia computadorizada de 100 pacientes, divididos entre homens e mulheres, e descobriram que os ossos do crânio humano continuavam a crescer à medida que as pessoas envelheciam. Constataram, também, que essas mudanças seriam um pouco mais dramáticas nas mulheres do que nos homens.
O que a pesquisa realizada com exames de tomografia computadorizada mostrou?
Os exames mostraram alterações muito sutis , porém, significativas, no posicionamento dos ossos. Verificaram que:
- a testa tendia a se inclinar para frente e
- as maçãs do rosto se moviam para trás.
E, à medida que os ossos se movimentassem, os músculos e a pele que os recobriam também se moveriam, alterando sutilmente as formas do rosto.
Assim, à medida que o tempo passasse, os ossos faciais se ‘inclinariam’ para frente, diminuindo a base de apoio dos tecidos moles sobrejacentes.
Ou seja, pele, músculos e demais tecidos moles [ligamentos, veias, artérias e até gordura] não encontrariam mais uma superfície para se apoiar, o que provocaria a ‘queda’ destes tecidos, resultando na formação de bolsas, rugas e na perda dos limites do rosto [os contornos faciais].
As mudanças na estrutura óssea poderiam, também, levar a problemas de saúde ‘funcional’.
Estas mudanças estruturais não provocariam, apenas, problemas estéticos, pela aparência envelhecida, ou emocionais, pela não aceitação da idade, mas, também, levariam a problemas de saúde e disfunções.
A flacidez dos tecidos ao redor dos olhos, seja das pálpebras ou das “bolsas” que se formam abaixo, poderia causar problemas de visão, secura nos olhos e, até, lacrimejamento excessivo.
O estudo determinou, ainda, que as mulheres experimentariam estas alterações ósseas numa velocidade maior do que os homens.
“O foco dos procedimentos cirúrgicos estéticos da face sempre foi o de encurtar e levantar os tecidos moles [pele e músculos], em uma tentativa de restaurar a aparência jovem. Entretanto, tendo por base esta nova informação, poderíamos pensar que seria melhor restaurar e rejuvenescer a estrutura óssea do rosto”, comenta o médico e pesquisador Dr. Richard.
Esse achados, de acordo com o Dr. Michael Richard, cirurgião do Duke Eye Center, abririam novas áreas de pesquisa, que incluiriam a menopausa.
Finalmente! É muita emoção! A Medicina está começando a perceber que existe vida após a menopausa!
Qual seria o papel da menopausa no crescimento dos ossos faciais?
Quais os possíveis efeitos dos medicamentos usados, atualmente, para tratar a osteoporose sobre as mudanças observadas?
As respostas para estes questionamentos, talvez, ainda demorem para chegar, mas estarei alerta! Assim que as tiver, conto para vocês!
*** Referências: Estudo realizado pela Duke University Medical Center e apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Cirurgiões Oftalmológicos Plásticos e Reconstrutivos, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2017.